formas

três,

casa da mata

simbologia numérica que habita no horizonte das conexões.


A casa da mata em seus três pavimentos, se esconde por entre as vegetações, ao mesmo tempo em que se abre para elas, por meio de seus vidros recuados, o observador contempla o seu entorno, e no caminhar da deriva transita nos longos pátios que conectam o dentro e fora ao mesmo tempo.

Um terreno de 12×30, com exigências de recuos e o sonho de uma construção que abrangesse todo o plano de necessidades do cliente, foi um desafio que se tornou uma produção de sentidos, texturas e estudos.

Diante de encontrar a proporção da casa ao terreno, com a leveza da estrutura em concreto armado e com proporções delicadas para criar a conexão com a área de vegetações nativas ao lado, o esforço do pensamento rizomático se fez presente; recuar as vigas e delas brotaram o uma solução técnica. Para quem está de fora, possibilita a experiência para o olhar diante de uma vista linear das duas lajes que aparentemente parecem estar num balanço limpo e leve.

Para os dias de verão, uma piscina na cobertura com uma vista para o pôr do sol,

vislumbrando o laranja efêmero que vai embora levando o dia.


Ao que poderia se tornar uma trava no projeto, trouxe uma solução: a profundidade da piscina desenha o teto da sala de tv, com um pé direto mais aconchegante abraça a casa no conforto do dia-a-dia.


Então, em pequenos diagramas no papel diante da mesa surgiram as três áreas fundamentais que percorrem o terreno, no subsolo, aproveitando a topografia com caída de três metros: a circulação e a garagem,

no miolo da casa: o coração, a área comum que se abre para a mata lateral,

e num retângulo a área intima e por fim na cobertura a área de lazer que faz jus ao mirante que abriga a piscina, os jardins e a contemplação da liberdade.

Como projetar algo que pareça ser leve e ao mesmo tempo que se conecte com a natureza?

Uma das dúvidas que acompanharam todo o decorrer do processo criativo, e ao final,

a obra só se fez por causa do desenho de sua estrutura.


Uma escada que conecta todos os ambientes, num vai-e-vem escultural produziu uma fascinação de pura caixaria e concreto, num íntimo rabiscar entre vãos.

três.

natural.

hermético.

Agora, a arquitetura foi escrita, depois do desenho, depois da técnica, depois da execução.

A poesia abraçou a casa, como quem abraça o amor.

H+F,

casa mole

 o desafio do projeto foi definir a casa de    d e n t r o    para    f o r a

voltando os olhos para duas poltronas Mole, de Sergio Rodrigues, trazendo seu espírito original de deleitar-se,

como um refúgio do cotidiano sagaz, o    e n l a c e    do descanso.

Propondo que esse ambiente fosse acolhido por paisagens emolduradas, integrando a natureza como uma extensão dos sentidos,
a residência possui 330m² construídos, mas o que se destaca são os grandes jardins que envolvem o eixo central.

 

Então, iniciou-se os diagramas com os blocos principais, a setorização ao fundo pelos quartos num retângulo na vertical,
espaçado por esse grande vão composto por teto e vidro, e na frente pela garagem e serviços com o mesmo desenho dos fundos,

 

a b r i g a n d o    a morada em seu sentido mais antigo, como desdobramento do    c o r p o    e proteção pelas paredes.

 

Agora ao centro, em uma grande laje maciça aparente em formato horizontal, o embrião:

o cenário da casa formado pela grande sala que integra convivência e jantar,

recheada com mobiliários brasileiros que foram os principais conceitos para desenvolvimento do projeto,

 

onde nesse aspecto com a liberdade das paredes, o que tornou-se abrigo foram as curvas e as linhas dos móveis.

 

Uma casa proposta para um casal de engenheiros que encontram dentro da arquitetura e dos mobiliários brasileiros, as linhas que carregam acolhimento e seus costumes.

A sala para    r e c e b e r,

A cozinha para    a c o l h e r.

O    l a r    torna a imaginação uma potência viva do    h a b i t a r.

Resgatando dessa maneira o valor da experiência como uma produção de sentidos e sentimentos que se exteriorizaram.

Cada linha representa o amor captado por meio dos sonhos dos clientes, só com esse elemento tão    s u b l i m e    é que foi possível

criar uma arquitetura que transcende sua função.

 

 

amor define.

Cada mobiliário entrou como uma nota musical, criando um clima de bossa nova e tal... e com essa harmonia e sonoridade, finalizamos com Tom Jobim nesses descompassos causais:

“só sei que sou louco por ela e pra mim ela é linda demais”.